Aventura - Reviver

O Padre que habitava o septo não era uma figura muito receptiva, por causa disso quem guiava as orações diárias era sua assistente, mas na hora em que você havia adentrado a igreja, ele estava lá, sentado sobre a escada de acesso a mesa principal... Seus óculos refletiam o brilho das velas, sua batina negra exibia sua enorme cruz de prata que pendurava no centro de seu peito, ele carregava sempre uma pequena maleta a seu lado, assim como cintas escondidas abaixo de seu sobretudo negro de couro...

- Não se preocupe querida, ele não tem tempo para punir cada mísero pecado cometido... - Dizia com sua áspera e densa voz, suas meras palavras, quase profanadas em sua boca ecoavam pelo salão e lhe impunham certo receio, era intimidador apenas por falar, mas ainda assim, uma figura de respeito...

- Heh... - Breve e sorrindo, soltava uma risada suavemente, enquanto flexionava as pernas para se levantar, ajeitando suas vestes e virando em direção ao altar do septo... Ele se punha ao lado da mesa, puxando um livro com sua mão esquerda, um diário com uma fita marcando alguma página...

- O que precisa aprender? Trajada como cavaleira, o que pensaria em conquistar dessa forma... - Citava, ignorando-a visualmente enquanto lia...

Sua mão esquerda pousava sobre o livro fechado em cima do altar, pressionando suas páginas apenas com o próprio peso. Enquanto ainda mantinha o diário na direita. Você mal terminava de falar e ele já atropelava algumas sílabas:
- A maior parte desses livros são bobagens e baboseiras... Essa... Mitologia dos Deuses agora é apenas o vestígio do que um dia já foram, por sorte, seu poder ainda reside em nosso mundo e podemos fazer coisas com ele. Luz, Escuridão. É só o que importa, escolha um lado e destrua o outro...- Então ele se levantava de novo, caminhando para trás do altar, o pondo entre vocês...

- Se quiser ler, fique a vontade, o livro está aqui... Mas eu já adianto, isso não vai mudar muito na sua vida e é o caminho errado... - Após o dizer ele caminhava aos fundos da igreja rumo a uma porta velha onde ficavam os aposentos da construção.

O livro disponibilizado ali no septo seria o primeiro livro das escrituras de Glorfindel contando o início da criação, segundo a religião elfica da luz. Ele está listado tanto na biblioteca quanto nos fundos da igreja no cenário ON.

Após sua rápida e dedicada leitura sobre o livro religioso, você absorvia as informações e seguia agora em direção ao padre. Ele havia ido até os fundos e passado por uma porta, você pode ver esta mesma porta.

Sua estrutura era composta por madeira e placas de ferro, a maçaneta era, porém, apenas um aro de ferro maciço para puxar a porta. Ela range com o movimento de abrir, revelando uma nova sala, uma espécie de domo circular estreito e com um teto ascendente, conectando a três portas, em três direções distintas e opostas em relação a que você entrou, frente, esquerda e direita.

O mesmo efeito do ranger da madeira ecoava nesta sala menor ao puxar a porta de madeira, revelando um odor desagradável do que seria um pequeno banheiro, com uma área quadrada menor do que três metros... Havia uma área de defecação, um barril de água para banho e um pequeno armário de provavelmente, produtos de limpeza...

A porta que você abre revela agora uma sala um pouco maior do que a circular, porém agora num formato retangular, composta por prateleiras, caixas e baús. Vários entalhes, estátuas e pequenas ferramentas religiosas podiam ser observadas no local, como cruzes, frascos selados com símbolos élficos e outro monte de coisas estranhas...

Haviam colares, alguns simples adornados apenas com uma cruz, outros mais elaborados com cristais e gemas. Anéis de uma coloração prateada bem forte, outros dourados com gemas vermelhas. Haviam vasos com adornos dourados também, dentro deles, moedas de cobre, prata e até mesmo ouro. Num mostruário mais ao canto, haviam algumas adagas, clavas e espadas, todas feitas de prata, pois reluziam a mínima luminosidade que havia ali. Além de uma outra variedade de ferramentas religiosas como frascos de água benta e terços... Era claramente um armazém ou estoque.

A espada não parecia especial de nenhuma forma, apenas o fato de ser provavelmente folheada em prata, ou seu fio a partir dele, além de uma cruz entalhada no cabo.

Espada de Prata

Escala: 1 Poder: 4
Descrição: Uma espada comum, equilibrada e com proteção de lâmina. Seu fio foi folheado em prata, aplicando dano sagrado a inimigos.

Não havia nada além do já mencionado, tudo parecia ter seu valor. Você retornava sem problemas e ao abrir a próxima porta, percebia que o ambiente era uma mistura de aposentos com uma cantina, haviam mesas no centro, uma espécie de cozinha num canto e no oposto camas. Havia uma última porta na parede oposta, mas essa porta era mais bonita e adornada. Haviam alguns membros do septo nesse ambiente.

Um dos coroinhas mais próximo da saída parecia estar segurando alguma espécie de instrumento, um formato oval um bocado pontiagudo, com alguns buracos e uma vértice para sopro. Parecia praticar sua habilidade, porém, quando você chama ele instantaneamente para de praticar e se vira para ti.
- O-o... Padre Swain? - Ele gaguejava tímido por sua presença, provavelmente não estava acostumado a conversar com garotas, recuava e tinha dificuldades em lhe encarar.
- Ele está nos aposentos dele... Ali no fundo! - Respondia, um pouco tremulo, apontando e abrindo caminho para ti.

O pequeno garoto observava a esbelta jovem, alta, de longos e reluzentes cabelos louros caminhar em direção a porta. Ela que ignorava aquilo e via apenas o seu interesse por tudo aquilo como sua verdadeira prioridade. Ao abrir a porta, você vê o padre sem o seu traje e sobretudo, abaixo de suas roupas haviam vários cintos repletos de fivelas atados a adagas em formato se cruz, pochetes e outros utensílios de prata, um monte de bugigangas e equipamentos.
- Terminou de ler aquela coisa? - Ele pergunta mesmo de costas sem sequer ver você, enquanto vestia o sobretudo.

Uma grave e sarcástica risada, é o que você ouve após falar e deixar sua lágrima escorrer. O Padre que antes chamado de Swain pelo garoto, se virava lentamente em sua direção e lhe encarava por cima do queixo.
- Eu não me importo com sua falta de educação, nem com suas lágrimas falsas. Você está aqui por seus motivos, os quais não me importo. Da mesma forma que você não se importa com os meus... E no final das contas a verdade é que é divertido destruir alguma coisa, e quando você encontra algo que pode destruir sem ser considerado mal... - Após dizer, ele dava uma pausa, fechava a fivela de suas vestes e puxava uma maleta menor. Ele respira fundo e novamente, após expirar e fechar os olhos momentaneamente.
- Qual você acha que é meu trabalho? - Pergunta.

Quando você toma um momento para observar o cenário, percebia que ao contrário do que podia ser facilmente presumido, não havia nada tão luxuoso ali. Havia uma cama central, um grande baú na sua frente, uma cômoda repleta de livros e pequenos recipientes. Sobre um criado mudo com uma grande porta onde provavelmente haviam roupas, repousava um quadro sem foto, apenas sua moldura residia ali. O chão e as paredes seguiam o mesmo padrão de enormes blocos de pedra estrategicamente encaixados, a iluminação era tida por candelabros e velas.
- É uma maneira de dizer. Recebi uma carta há dois ou três dias de uma garota camponesa com problemas, hoje um dos aprendizes confirmou a veracidade do caso e irei até lá resolver. Ele fala sobre o trabalho, em sua mente se exclarecia o fato de estar se arrumando, mas não o porque de tantos equipamentos.