Biblioteca

grandão retornava a biblioteca e via Dio terminando sua leitura. Parecia concentrado e notava ele falando sozinho. Podia até mesmo vislumbrar algo escorrendo no rosto. O rapaz parecia triste em seu semblante. Tray não quis incomoda-lo agora, pois parecia bem impactado pela perda recente. Todavia, ajudaria ele mesmo que tivesse que ser inconveniente. Se aproximou de Dio para que ele não nutrice tanto sentimento e colocando os olhos no livro, o leu em voz alta em forma de chamar a atenção.

— As er... Leis antigas? — Apesar do seu objetivo, não deixava de ficar curioso — Não fazia ideia que haviam leis antigas ou esquecidas. Mas vendo pelo lado lógico, é natural que novas civilizações evoluam, né?

Tray provavelmente conseguiria sua atenção e neste instante o felino falaria em tom mais sério e sentimental.

— Diego G. Ephemer, hum? Queria ter um nome grande assim. Mas o bandido que me criou me nomeou apenas de Tray. Eu não lembro do meu nome verdadeiro, fui sequestrado por uns trolls quando novo e vendido para um circo haahah. Imagina eu pulando uns aro. Ai como eu odiava aquilo — Falava em tom de deboche e de quem realmente não gostava daquela época — Mas ai "Ray" me encontrou e passou a me chamar assim. Dizia que todos deviam ter algum nome — Sem saber, Tray criava uma ligação entre ambos ali presente em relação a um nome incomum de pessoas que os dois ali admiravam — Na verdade, eles atacaram o circo e meio que fui levado nessa bola de neve. Entretanto, eles eram bons sujeitos, apesar dos delitos que cometiam. Aprendi tudo que sei de combate com eles — Em meio a seu resumo de vida, o felino enfim afirmava algo — Mas falando sério Diego... Se houver algo que possa ser feito. Conte comigo. Se eu pudesse salvar Ray, teria o feito. Se você puder fazer algo, faça — E do nada o tigre acabava filosofando algo aleatório, mas que novamente sem ele saber, aprofundaria mais a questão da perda de Dio — Ray parece um nome bem comum por essas bandas, né? Eu antes mesmo de me registrar na guilda, conheci uma elfa pequeninha chamada Ray.

E deixou a deixa para uma reação do humano.

Arsenal:

Passivas:

rapaz oferecia o tal livro. O tigre recebia em patas e ficava com os olhos fixo no mesmo. Parecia interessante. Tray iria ver a tal deturbação citada pelo homem. Logo mais, escutava o breve comentário a respeito do circo.

— Hehe... Nem sempre fui tão grande, mas presumo que estava em fase de crescimento para meu biotipo. Enfim, época que se foi e eu odiava. Pude conhecer muitos lugares, mas pouco aproveitável, já que era obrigado e ficar na zona do circo.

O jovem então tomava a iniciativa sobre o tal caso em pauta. O dia seguinte seria mas fácil por assim dizer.

— Tudo bem. Começará o torneio também. Planejo participar. Talvez se eu chegar um pouco longe nas etapas e com sorte vencer. Posso acabar entrando em algum meio privilegiado na qual possamos conseguir informações valiosas — Dio acabava por meio que defender a tal garota e Tray abria um sorriso — HAHA! Imagina. Se é a mesma pessoa que estamos a falar, lhes digo. Nós apenas nos cumprimentamos. Confesso que achei engraçada como ela era orelhuda. Elfos são assim, né? Lembra um pouco os Khajiits e uns orc's. Quanto a sua força, bem... Não julgo ninguém a primeira vista. Já gigantes tombarem por menores. Os trolls que diga... — O assunto logo era direcionado a quem teria dado sumido a ela — Já fui mais covarde na vida, talvez fosse o fato de eu permanecer no circo por algum tempo até ser "salvo". Mas hoje não temo mais nada. Pode ser arrogância. Mas jurei seguir o caminho da coragem. Então seja quem for, não sentira o prazer de me ver tremer. Enfim... Vou ler isso aqui e fazer mais algum trabalho e arrumar minhas coisas para o torneio. Até breve...


Tray se despedia de Dio e sentava na cadeira ao lado de onde Diego havia sentado. Não gostava de sentar em cadeiras pós usadas. Eram quentes e desagradáveis. Pegou o livro e começou a ler. No primeiro parágrafo já ficava surpreso pelo que havia acabado de descobrir.

— Mas o quê? Todas as raças viviam em conflito. Parece que não mudou muito daquela época até hoje, não é atoa que citam "falsa paz". Devo imaginar que essas duas cidades devem ser uma humana e a outra élfica ou anã. Eu chutarei... Melhor não.

Tray tornou a traçar as linhas do livro, consumindo seu conteúdo.

— Hm... O primeiro livro com leis para todas as raças foi criado a muito tempo atrás então. Todavia, parece que não foi algo que deu muito bons resultados. Vejamos o que diz mais a frente nessas tais Leis centrais e Leis de Lancaster..

— Então eles determinaram que ninguém devia dar pitaco um no outro e nem sequer pensar em cobiçar o reino um do outro. O problema vem ai, afinal se um reino desenvolver uma logística e politicagem mais bem aprimorada, o reino vai se desenvolver melhor e aqueles que ficarem para trás, vão ficar de olho e ai que o mal começa. E dependo, do quão bom seja um lugar, a migração de estrangeiro pode acontecer de um reino para o outro.

Ao ler o tópico do Artigo Um, o felino se deparava com um verdadeiro duelo justo. Não sabia o quão justo seria esses combates. Se iriam até a morte, mas o guerreiro imaginava que eram acordo entre cavalheiros. Contudo, o tigre era um pouco pessimista a respeito do mundo e ficava com o pé atrás em depositar sua total confiança naquilo. Já o Artigo Dois se voltava mais a disciplinação de sujeitos que entravam em conflito com os reinos. Verdadeiros vilões que causavam o terror. Provavelmente seria procurados em ambos os reinos e não haveria quem acolhesse. Mas isso é uma falsa verdade também. Sempre há alguém para ajudar os mais terríveis. E se houvesse mentiras e injurias que não pudesse ser provadas, alguém ficaria com nome manchado pelo resto da vida e até podia acabar morto.

Enfim eis que chegava a última parte do drama. As leis no Artigo Três colocava em pratica a defesa dos bens pessoais de cada um. Era realmente algo nobre o que havia feito nessas leis antigas. Porém, o felino se questionava se realmente funcionava. Dizia já no começo do conto que era uma falsa paz.

— Intrigante. É tudo bem bolado. Tentaram criar algo que protegesse a todos que conviviam entre dois reinos. Havia certa segurança social e as coisas eram resolvidas de uma maneira eficaz. Entretanto, me pergunto agora como tudo foi desandando. Forçar as raças a co-existir é algo bem complicado. Há muito preconceito e normalmente cada raça defende os seus. Apesar de hoje haver certa harmonia, aqueles tempos eram diferentes e muitos viviam em colonias. Meus antepassados deviam ser um deles. Seja como for, leis bem construídas foram feitas. Uma pena que o toque do seres imperfeitos como todos nós somos, acabou desandando esse convívio — Tray terminava de ler o livro e o fechava. Refletia um pouco — Bem... Acho que terminei por aqui. Melhor eu me mandar.

Seguiu pela saída e deixou o livro no balcão e saiu. Dio já havia pago aquele livro, então parecia que não haveria problemas.

Arsenal:

Passivas:

felino chegava a biblioteca para mais uma leitura diária.

— Saudações! Quero os livros táticas de combate 2 e 3. E também o conto do Primeiro Homem.

Arsenal:

Passivas:

felino recebia os livros e antes de ir se sentar, deixava as moedas com o senhorzinho. Se direcionava a um canto pacato e lá se acomodava para a leitura. Pegou o primeiro livro que havia pedido.


Abriu o livro e folheou as primeiras páginas até sair do sumário e esses começo chato de livros. Uma vez no conteúdo do mesmo, começou a leitura. O livro começava de forma bem intuitiva e direta. Tray era um guerreiro e conheceu todo tipo de gente. Todavia, era interessante ler a abordagem do livro entre as diferenças de um guerreiro e um ladino, seguindo pelo lado dos guerreiros.

— Há! Concordo com essas palavras. Sábio autor, devia ser um grande guerreiro também ou estudou a fundo. O valor de nós guerreiros é em nossa coragem. Quanto mais potente for o ataque, melhor e mais avassalador. Entretanto, de nada basta ser um meteoro destruidor se não houver planejamento e tática. Apesar de ser orgulho de muitos guerreiros seguir em frente sem se importar com a dor e o sangue, ainda sim é presado que evite tantos danos, afinal de nada vale um guerreiro morto. Hahahaha!

Tray continuava e agora lia sobre o martelo. Ficava espantado com o quão incrível um martelo poderia ser. Sabia da capacidade deles em quebrar ossos e pregar alguns pregos, porém, fora a primeira vez que via a fundo a real tenacidade dessas armas. Sempre viu poucos sujeitos empunhando uma. Pensava que não era lá essas coisas ou que era para poucos usuários. Mas na verdade, parecia que eram poucos os que realmente entendia seu valor. O tigre começava a se interessar pela arma e aprendia agora como manejar uma da melhor forma em diversos tipos de situação. Futuramente quando enfrentasse combatentes trajando armaduras, o martelo viria a calhar.

Já a adaga era como Tray imaginava. Uma arma medíocre em comparação a uma espada e outras armas. Não serviam para um combate demorado e tão pouco para um guerreiro usar como arma principal. Ainda sim era um armamento que sempre era bom ter em arsenal, pois sua fácil coordenação era bem receptiva a qualquer um e para arremessos, se mostrava ideal. O Khajiit apesar de mesmo reconhecer o potencial das adagas, ainda não conseguia se convencer que utilizaria muito delas. Não combinava consigo ao seu pensamento. Contudo, compreendia a fundo toda sua forma de utilização.

No final do livro havia palavras de conforto ou estimulação. Algumas passagens de sabedoria para guerreiros e aspirantes a guerreiros. Mostrando que deviam ter calma e paciência, pois sem isso, apenas o fim vós espera. Era absolutamente importante ter atenção aos detalhes e estudar rapidamente o ambiente em que se encontraria para tirar proveito disso de alguma forma. O felino era experiente nesse quesito e compreendia bem aquelas lições já aprendidas por ele. Tray seguia agora para o próximo livro.


Haveria agora no livro em questão, a diferença entre arquearia, lança e artefatos. Tray ficava curioso em relação a este último, pois não fazia ideia do que iria ler sobre tal. Os primeiros parágrafos eram interessantes e revelavam ao Khajiit que toda raça teria um tipo de arma ou artefato em que teria certa perícia inata aparentemente. Se perguntava qual seria a dos Khajiits. Sabia que os anões eram excelentes usuários de machados e elfos costumavam usar arcos. Mas e os Khajiits, o que eles utilizavam? O felino se deparava agora com o quão desinformado era sobre sua própria raça e que por meio desse livro, começava a descobrir algo que teria interesse ao decorrer do tempo. Saber sobre si mesmo poderia ser a chave para um futuro mais digno, pensava o grandalhão.

A primeira arma listada não tinha mistério. O arco fora feito para aquilo realmente. Atacar de longe e gerir suporte para aliados e uma defesa devastadora. Em guerras eram muito usadas no começo da batalha antes das tropas rivais se encontraram cara a cara. Dessa forma, com várias saraivadas de flechas, era possível eliminar um grande número de inimigos antes mesmos que se aproximassem da linha de frente do exército. Existiam vários tipos de arco e costumavam ser frágeis, porém, o suficiente para ter uma calibragem muito potente, afim de ter um poder de disparo de vários metros. Existiam arcos que faziam flechas voarem tão depressa que o alvo nem mesmo conseguia ver ou ouvir o vento ser cortado no ar.

A seguir via a lança. Arma que Tray utilizou muitas vezes com um dos bandidos da trupe que pertenceu. Balto era um amigo de Ray, o criminoso que tirou Tray de um futuro de merda. Balto era excelente com a lança e Tray pôde vê-lo em ação. A lança era muito boa e dava para adapta-la em diversas ocasiões. Era comumente usada como primeira arma em guerras, na qual utilizavam como obstáculos a frente de escudos e assim eliminavam inimigos que idiotamente se jogavam contra elas. Porém, esse era o uso mais simples. Ela poderia ser usada para cortar e perfura. Fosse de perto ou média distância. Um sujeito com muita força e precisão, poderia até mesmo bater de frente contra alguns arcos em questão de lançamento de projetil. Mas apesar do livro citar o cabo de madeira, Tray já teria presenciado lanças forjadas totalmente de ferro e aço. Eram mais pesadas, mas evitava que inimigos cortassem o cabo da lança com alguma espada muito afiada.

Por fim, Tray começava a ler o que mais lhe intrigava. E ao ler, ficava realmente com os olhos cheios da leitura. Tudo que via ali escrito, imaginava apenas em contos fantásticos e canções de bardos bêbados que viajavam de taverna em taverna. Descobrir haveriam armas realmente mágicas e incríveis, lhe subia o desejo de conquistar algumas para seu arsenal. Compreendia que elas eram especiais o suficientes para fazer qualquer guerreiro ser temido. Ficava imaginando quantos tipos de efeitos e armas e artefatos diferentes existiriam, pois se aqueles tantos exemplos era possíveis, o que mais havia de ser provável em ser feito? Na cabeça de Tray a magia era algo sem limites e que bastava criatividade e conhecimento ao que cercava tal tipo de magia e que ela poderia ser realizada.

O felino encerrava o segundo livro e agora se encaminhava para o último. O cunho do assunto agora era histórico.


As primeiras linhas eram lidas pelo felino e sentia um ar meio diferente. Roswell parecia ser alguém com linguajar muito atual, porém, ele estaria contanto todos fatos históricos como se tivesse vivido de tudo. Parecia que ele teria mais de alguns milhões de anos e não morria ou apenas algum tipo de viajante. Talvez tivesse uma bola de cristal. O Khajiit especulava sobre o homem.

A leitura dava continuidade. E na sequência, Tray ficava espantado. Sabia que existam seres de integridade caótica, mas não sabia muito sobre elfos dominantes. Era algum tipo diferente dos elfos atuais pelo que o felino entendia. E eles provavelmente eram bem egocêntricos e com grande poder. Era até irônico como com o passar dos tempos, os humanos acabaram dominando o número por ser vivo em comparação as demais raças. Talvez eles fossem persistente o suficiente para conseguir tal coisa, mesmo tendo desvantagens raciais. No entanto, tray refletia e chegava a conclusão que as demais raças viviam muito e seres mais velhos não costumam dar novas crias depois de muitos anos. Então vendo por esse lado, que os humanos envelhecem pouco e tem uma vida curta. Isso culmina na alta natalidade entre os humanos. Apesar que havia aqueles que viviam além da conta, como diz o livro.

Mas a continuação do livro mostrava que não somente isso que o felino achava, era um dos motivos. Talion parecia ser o grande pilar da queda dos elfos. Mais um escravos entre tantos, se cansou de ser menosprezado pelo visto e decidiu dar um basta naquilo tudo. Com apenas os punhos, deu uma bela surra em muitos orelhudos.

— Há! Gostei desse garoto. Queria conhece-lo em um duelo. Um pouco mais velho que eu e tão poderoso. Sim. Ficaria agradecido de ao menos conhecer ele.

O que vinha a seguir era notório e um caso clássico de que com grandes poderes, vem grandes responsabilidades. O sujeito ganhou seguidores através de sua própria força demonstrada. E escravos costumam ser mais populosos. Os números deviam ser maior em grandes escalas e agora o acerto de contas começava. Entre elas, Tray se viu sentindo uma vergonha alheia. Um sentimento de culpa que não lhe pertencia na verdade. Nunca ouviu falar que Khajiits traficavam escravos. Era um conhecimento que agora nunca mais sairia de sua cabeça. Orcs, anãos e elfos também caíram perante os humanos e agora uma ordem inversa das coisas, se iniciava. O clico da desgraça mais uma vez rodava. Agora a favor dos humanos.

Entre tantas informações, Tray ficava surpreso também de que fadas existiam. Não era conto de "fadas", afinal. E que elas em seu tempo, cederam a pressão humana com ressalvas de alguns que se aliaram aos elfos.

O fim do livro se seguia com Talion encerrando a guerra por conta própria. Era bem estranho aquilo. Depois de décadas de confronto, ele terminou tudo. Talvez tivesse se cansado ou de fato conseguiu entrar em consenso com as outras raças. Mesmo não havendo muito disso atualmente. O homem do livro apesar de não concorda com Talion, ainda acabava o admirando por simples e pura representatividade. Tray desgostava daquela forma de pensar, pois era anti-ético. Se ele comer merda, Roswell também iria? O felino começava a achar que o autor era de fato apenas alguém que registrou algo muito importante. Enfim, o tal Talion deixou herdeiros. Será que estes viviam nessa cidade?

Tray terminava de ler os três livros. Fechava todos e refletia sobre o que havia lido em cada um. Aprendizado de armas e utilizações. Dentre detalhes singelos. E um conto histórico importante que trouxe muita sabedoria ao felino.

Arsenal:

Passivas: