Ficha: Galahad

Por onde começar? Bem... No inicio convivia com meu pai e irmão. Ele era o favorito, era o primogênito, cegado por tudo que lhe ensinaram como verdade absoluta, vivia num cubo. Não é inveja do favoritismo dele, mas ele sempre foi tratado de uma maneira diferente, como se ele fosse especial. Se eu precisasse ser a igual a ele para ser bem tratado... Não obrigado.
Religião e família são coisas quais não sou bom, mas isso não importava para as pessoas de casa, eu tinha que ser “perfeito”. Meu pai me ensinou o básico sobre a vida, não irei desmerecê-lo, mas eu não queria ver pelos olhos dele o mundo, queria ver pelos os meus. Ele falava sobre Deus, e nos obrigava ir à Igreja, rezar e agradecer, coisas do tipo.
As ruas completaram o ensinamento dele, ele se esqueceu de dizer que o mundo iria me fazer ajoelhar. Nelas eu me sentia livre, podia ser quem realmente sou. Conheci lugares, pessoas... Ainda falta muito para se ver no mundo à fora.  Também fiz amigos, péssima ideia, a maioria são porcos nojentos. Não vou confiar em outra pessoa tão rápido novamente.
Eu sempre fiquei fora de casa por semanas, às vezes meses, e voltava com um olho roxo e algumas moedas. O bom de ter 15 é que as pessoas não desconfiam tanto de você, “Olha só esse rostinho! Como ele poderia ter roubado esse anel?”.
Eu era recebido com um olhar reprovador. Ele dizia para mim que tudo podia ser perdoado, que podia melhorar... Eu sabia o que ele achava sobre mim, “Deus” sabia.
Eu não me sentia bem naquele lugar, com aquelas pessoas, não sou como elas, e nunca vou ser. Agora se faz Oito meses que sai de casa, e não pretendo voltar tão cedo para lá.

-

-

-