- ValentineAventureiro
RPG Sheet
HP:
(120/160)
MP:
(200/200)
Inventário:
Ficha: Funny Valentine
Ter maio 07, 2019 11:10 pm
Nome: Funny Valentine
Raça: Elfo
Idade: 19 Sexo: M
Altura: 1,74 Peso: 78
Linguagem: Língua comum + Elfica
Personalidade: Valentine demonstra uma atitude geralmente digna e composta. Atitude, ele é um homem educado, entre outros, usando o pronome formal , e nunca perdendo a compostura suficiente para insultar alguém. Ele possui um código de honra, primeiro colocando sua supremacia acima de seus próprios interesses, e é um homem de suas palavras.
História:História complementar ~
*Amme, Mamil - Mãe, mamãe.
*Atar, Atto - Pai, papai.
Pelos corredores de mármore branco-neve, havia um ecos a fundo. O som era um estralar em uma pele fresca. Do chão, uma madeira rústica mas com pequenos filetes de sangue. Na sombra, com seus pulsos já grossos, de pele branca e digitais gastas, uma criatura. Mais exatamente, um elfo. Um simples... eu.
" -Conte novamente a história da luz e da escuridão, ammë*"
Junto deste fragmento de frase, este quase sinto uma nova chicoteada em minhas costas. Minhas pernas não podiam mais arcar com meu próprio peso. O gosto de ferro oxidado tomava conta de meu paladar enquanto de meu rosto, sentia pulsar a maçã esquerdo onde em contrapartida, meu maxilar estava dormente.
"- A luz e a escuridão. Antônimas. Controversas. Amigas. Irmãs... Inimigas."
Minha visão já turva enxergava, a cada batida forte de minha pulsação, as veias a forçar. Sabê-lo-ia de minha força vital estava por um fio de misericórdia da luz, em sua plena graça, sentir misericórdia deste relés.
" - Mas ammë, a luz é a nossa mãe, correto? "
" -Ela nos protege de todo mal criado pela sua infame irmã. Não se deixe enganar."
A mão impetuosa e entalhada do carniceiro continuava-me taxar e a deixar, por fim, aquela casa, ao meio daquela floresta sombria, por ironia, alguma sensação de ser considerado vivo.
A mulher, minha ammë, era linda. Seus longos cabelos faziam cócegas em meu nariz. Sua sutileza eram meu conforto em momentos daquela carroça ao balançar do anoitecer. Sua pele brilhava ao alvorecer, como uma flor abrindo suas pétalas à inveja do mundo. Ah... como era brilhante com seu alaúde. Todos os pássaros deixavam de cantar para deixar a específica Rouxinol, como meu atar* carinhosamente a chamava, demonstrar sua melodia aos quatro ventos. Seus conselhos eram os mais experientes.
"- De que cor é a camisa daquele menino?"
Estávamos a passar por uma pequena aldeia de agricultores. Nossa trupe consistia em músicos, atores, circenses, tudo que pudesse estar a par de um belo show.
"- Azul." Respondi sem pestanejar.
"- O que quer dizer com azul? Descreva-o."
Esforcei-me por um momento, não consegui.
"- Então azul é um nome?" Me perguntou, a me olhar de canto com um sorriso levemente maroto em seus lábios.
"- É uma palavra." Prosseguiu. "- As palavras são pálidas sombras de nomes esquecidos. Assim como os nomes têm poder, as palavras têm poder. Elas podem acender fogueiras na mente dos homens, como podê-lo-á apaga-las. As palavras podem arrancar lágrimas dos corações mais empedernidos como podê-lo-á colocar um sorriso vultoso em seu rosto."
Meu atar era meu ídolo, meu guerreiro, o cantor dos reinos, o mais sábio. Era meu espelho.
Eu já sabia muita coisa, é claro. Mas o que tinha aprendido fora uma misturada sem disciplina. Papai tratou de me mostrar sistematicamente a verdadeira mecânica do ofício de ator: como ligeiras mudanças de inflexão ou postura faziam um homem parecer atrapalhado, astucioso ou tolo.
Por último, mamãe começou a me ensinar a me comportar na companhia de pessoas refinadas. Eu sabia algumas coisas, por nossas temporadas infrequentes com pessoas de alta classe e me julgava suficientemente polido sem ter que decorar formas de tratamento, detalhes de etiqueta à mesa e a hierarquia
complicada e confusa da nobreza.
Daquela estrada desiguaritária de terra, me lembro-me bem. Aliás, era fragmentos que me faziam ficar conscientes com gosto de ternura em minha alma daquele fatídico dia.
"- Árvore! " veio o grito quase inaudível lá da frente. "- Carvalhiço triplo!"
Meu pai parou no meio do monólogo que estava recitando para mim e deu um suspiro irritado.
"- Então é só até onde chegaremos hoje" resmungou, olhando para o céu.
"- Nós vamos parar? " gritou mamil* de dentro da carroça.
"- Outra árvore atravessada na estrada." Suspirei após a explicação.
" - Francamente! " exclamou atto*, virando a carroça em direção a uma clareira à margem da estrada. "- Esta é ou não é a estrada real? E como se fôssemos as únicas pessoas nela! Há quanto tempo foi aquele temporal? Duas onzenas?" Protestou em meio a contagens em sua cabeça.
"- Filho" Chamou minha mãe. "-Você acha que pode encontrar um pouco de sálvia-brava para mim?"
Escutando a longe, uma careta se formou a meu rosto, em proporção de negação. "-Não sei se ela cresce por aqui" Respondi, com a dose adequada de insegurança na voz.
" -Procurar não faz mal" Retrucou mamil sensatamente. Olhou de soslaio para meu pai. "- Se você encontrar bastante, traga-me uma braçada. Vamos secá-la para depois."
Tipicamente, não tinha muita importância se eu encontrava ou não o que estava procurando. Era meu hábito perambular para longe da trupe ao entardecer. Em geral, eu tinha alguma coisa para fazer enquanto meus pais preparavam o jantar. Mas era só uma desculpa para nos afastarmos um pouco. É difícil ter privacidade na estrada, e eles precisavam dela tanto quanto eu.
Por isso, se eu levasse uma hora para trazer uma braçada de lenha, eles não se importavam. E, se não tivessem começado a fazer o jantar quando eu voltava, bem, era justo, não era?
Espero que tenham aproveitado bem aquelas últimas horas. Espero que não as tenham desperdiçado em tarefas insignificantes, como acender a fogueira para a noite e picar legumes para o jantar. Espero que tenham cantado juntos, como faziam tantas vezes. Espero que se tenham recolhido à nossa carroça e passado um bom tempo nos braços um do outro. Espero que depois tenham-se deitado bem juntinhos e conversado em voz baixa sobre bobagens. Espero que tenham ficado juntos, ocupados em se amar, até chegar o fim.
É uma pequena esperança, e inútil, na verdade. Eles estão mortos, de qualquer jeito. Mesmo assim, eu espero.
Deixemos de lado o tempo que passei sozinho na mata naquele entardecer, brincando de coisas que as crianças inventam para se divertir. Nas últimas horas despreocupadas da minha vida. Os últimos momentos da minha felicidade. Os últimos momentos da minha luz.
Deixemos de lado minha volta ao acampamento quando o sol começava a se pôr. A visão dos corpos espalhados, feito bonecas quebradas. O cheiro de sangue e cabelo queimado. O modo como perambulei a esmo, desnorteado demais para ficar propriamente em pânico, entorpecido pelo choque e pelo pavor.
Eu gostaria de passar por cima de toda aquela noite, na verdade. Gostaria de poupar você do fardo de qualquer parte dela se uma de suas peças não fosse necessária à história. É vital. É o eixo em torno do qual gira a história, como uma porta que se abre. Em certo sentido, é onde a história começa.
Retalhos dispersos de fumaça se elevavam no ar parado do crepúsculo. Fazia silêncio, como se todos da trupe estivessem à escuta de algo. Como se todos prendessem a respiração. Um vento indolente pelejava com as folhas das árvores, e soprou um retalho de fumaça como uma nuvem baixa na minha direção.
Deixei a floresta e atravessei a fumaça, caminhando para o acampamento. Saí da nuvem esfregando os olhos, para tirar um pouco da ardência. Ao olhar em volta, vi a barraca do Verno meio desabada, ardendo em sua fogueira. A lona queimava intermitentemente e a fumaça cinzenta e acre pairava junto ao chão, no ar sereno do anoitecer.
Vi o corpo de Teren caído junto à sua carroça, a espada quebrada na mão. O verde e cinza que ele normalmente usava estava molhado e vermelho de sangue. Uma de suas pernas se contorcia numa posição antinatural e o osso estilhaçado que varava a pele era muito, muito branco.
Uma partezinha racional de mim se deu conta de que eu estava em choque profundo. Repetiu- me esse fato vez após outra. Eu não queria pensar no que estava vendo. Não queria saber o que havia acontecido ali. Não queria saber o que significava nada daquilo.
Tive então uma visão plena da fogueira. Um dos homens deu um cambalhota para trás e se pôs de pé, com a espada em punho. Seu movimento me fez lembrar mercúrio rolando de um pote num tampo de mesa: corredio e elástico. Sua expressão era concentrada, mas o corpo estava relaxado, como se ele houvesse apenas levantado para se espreguiçar.
A espada era alva e elegante. Ao se mover, cortou o ar com um som agudo. Fez-me lembrar o silêncio que cai sobre os dias mais frios do inverno, quando é doloroso respirar e tudo fica inerte.
Ele estava a uns sete, oito metros de mim, mas pude vê-lo perfeitamente à luz esmaecente do crepúsculo. Lembro-me dele com a mesma clareza com que me lembro de minha, mãe; às vezes mais.
Seu rosto era estreito, de linhas bem definidas, com a beleza perfeita da porcelana. O cabelo descia até os ombros, emoldurando-lhe o rosto em cachos soltos, da cor da geada. Era uma criatura com a lividez do inverno. Tudo nele era frio, cortante e branco.
Seus olhos... seus olhos eram negros como uma noite sem luar. Não continha íris. Não continha espírito. Havia simplesmente um nada. E nenhum dos dois haviam reflexos da forte chama da fogueira.
Ele relaxou ao me ver. Arriou a ponta da espada e sorriu com perfeitos dentes de marfim.
Foi a expressão de um pesadelo. Uma pontada de sensação penetrou na confusão com que eu me agasalhava, como se fora uma grossa capa protetora. Alguma coisa afundou as mãos em meu peito e apertou.
Talvez tenha sido a primeira vez na vida em que fiquei verdadeiramente apavorado.
"- Alguém sabe onde estão os pais dele?" Alguns sorriram, um sorriso duro e fugaz, como quem apreciasse uma excelente piada.
Um ou dois riram alto. A... Aquilo virou-se para mim e a piedade desapareceu como uma máscara esfacelada, deixando apenas o sorriso de pesadelo em seu rosto.
"- Esta é a fogueira dos seus pais?" Perguntou, com terrível prazer na voz.
Assenti com a cabeça, aturdido. Seu sorriso se desfez lentamente. Sem expressão, ele me lançou um olhar penetrante.
Tinha a voz baixa, fria, aguda:
" - Os pais de alguém andaram andando pelas terras erradas..."
Naquele grupo, me vi cercado. Impotente. Sem coragem. Altamente ineficaz nem as respostas.
Em pouco tempo, a mesma criatura vil me vendia como escravo a sua deliver prazer. O saco cheio de moedas reluzentes pesavam em sua mão carrasca tendo de seu músculo rígido saltar de seu braço, como se carregasse um pequeno filhote.
Taxado de escravo eu fui. Servente de uma casa com habitáveis seres da criação de sua mãe, a escuridão. Humanos me possuíram em própria carne para seus fazeres.
Mas não nada é para sempre, nem mesmo, suas fantasias.
Engrupido a um novo castigo, jaz eu definhando novamente naquele chão frio e brusco. Minhas costas entorpecidas pela dor mas sentia enrijecidas pelo sangue seco que terminava em meu cóccix.
Aguardei pacientemente por seus descuidos. Estudei-vos cada movimento. Adquiri o conhecimento: Todos aqueles não elfos eram impuros para uma sociedade rica e próspera da luz.
Manchei-vos sua casa com o sangue impuro de sua própria lâmina de suas gargantas. Uso-lhes sua roupa como prisão à me libertar da sua tirania.
Limpar essas terras em nome da luz, farei.
- ValentineAventureiro
RPG Sheet
HP:
(120/160)
MP:
(200/200)
Inventário:
Re: Ficha: Funny Valentine
Seg maio 27, 2019 10:26 am
Força: 8 Sabedoria: 10 Destreza: 2 Espírito: 10
Velocidade: 1 Percepção: 3 Vontade: 2
- Magias de Raça:
-
- Magias de Classe:
-
- Magias de Talento:
-
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos