Ficha: Hikari Hare

Nome: Hikari Hare
Raça: Humana
Idade: 29 anos Sexo: Feminino
Altura: 1,82 Peso: 76 kg
Linguagem: Comum
Personalidade: Para aqueles que veem a mulher sem conhecê-la, seu grande porte e sua presença imponente transparecem certa rudez que não lhe é de toda verdade. A mulher é amável e cuida dos seus com afinco, mantendo seu corpo sempre treinado e almejando um dia tornar-se paladina e ser mais eficiente em manter os seus seguros.

Sua força só não é menor que sua confiança, cética quanto a possibilidade de redenção daqueles que se venderam as trevas e agindo de forma voraz em sua punição. Não teme pelo sangue que possa correr em suas mãos e sim pelo sangue das boas pessoas que a cercam molhando o solo da terra que os cerca.

Aprecia um bom vinho, uma boa comida e por quê não um flerte hábil. Sua crença forte e seu ar viril não retiram da mulher o seu desejo pelo amor. Tampouco deixou de sonhar em ter para si uma família, quando acreditar que sua força já não é mais tão necessária e seus esforços puderem ser remanejados.


História: Hare, a garota de fios vermelhos como um dia ensolarado de outono. Irmã de mais seis que antecederam a ela e mais dois que lhe sucederam. Tantas foram as histórias que seu pai lhe contava ao entorno de uma fogueira, sobre bravos guerreiros e como sua família protegia aquela pequena aldeia com seu sangue e suor. Tanto foram os treinos que assistiu sem poder participar deles, com suas espadas e pompas, homens.

Seu pai não deixou a treinar, não até aquele dia que não sai de sua memória. Foi bem cedo quando todos saíram para investigar uma ameaça sombria que, segundo boatos, perambulava ao redor do pequeno amontoado de casas. As horas passaram, o sol deu lugar a lua e nenhum deles retornou pela casa aquela noite. O jantar que fizera ali esfriou, os restos estragaram e ainda estaria sozinha dentro da grande casa com visão para a fazenda.

Os vizinhos preocuparam-se com a jovem, ela porém não deixou-se abalar pelo medo de eles não retornarem. Enquanto os outros desanimavam ele tomou seus utensílios e partiu para a lavra, mantendo o campo e os animais em bom estado. Achando por ali uma espada deles para trás, muito provável por sua lâmina gasta, começou também a treinar todas as noites fitando a lua ao longe que lhe faz companhia.

Passaram-se semanas até que o som em sua porta a despertou. Seguro firme a lâmina em suas mãos, que não tremiam mais pelo peso aquela altura, caminhou em direção a sala de recepção e deparou-se com o corpo de seu pai estirado ao solo. Ele ainda respirava, mas, estava sujo de sangue e visivelmente exausto. Mais atrás também um de seus irmãos em mesmas circunstâncias, não, ainda pior ele estava sem um de seus braços.

Em silêncio, socorreu-os e manteve o seu dia a dia de quando não estavam ali, sem comentar nada sequer. Ainda que quatro pessoas estivessem ali, ela, seu pai, seu irmão ferido e ainda outro que era novo de mais para ir a luta, parecia um mausoléu abandonado. Apenas o som de sua lâmina brandida ao vento e a sua respiração forte quebravam o silêncio daquelas noites de lua cheia.

Vendo-a, seu pai, tomado de certo rancor e ignorando que ela fosse uma mulher não pela perda de seu preconceito, mas de sua razão, começou a treiná-la. Quase não havia conversa, apenas o ensinamento sobre como lutar e como matar. Ela tinha um talento para aquilo, mais que seus irmãos e as esperanças de vingança ficaram sobre seus ombros.

Anos após ela partiu em busca do tal inimigo. O que se sabe são apenas histórias, partindo sozinha ninguém a viu lutar, mas quando voltou com a cabeça de um grande lobo vermelho com as marcas das trevas e parte de suas costas ensaguentadas todos ficaram em silêncio. Naquele dia ela ganhou uma grande cicatriz, e junto disso também o desvínculo daqueles que se perderam em meio ao ódio.

Deixou seu lar em busca de melhorar ainda mais suas habilidades, para proteger seu povo de verdade e não precisar ver mais ninguém ferido como seus entes ficaram. Nem em seu corpo como seu irmão que perdeu seu braço, em sua vida como os que foram ceifados e mesmo em sua mente, como seu pai que nunca mais foi algo digno daquela palavra.

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