Ficha: Kage

Nome: Hikari Kage
Raça: Humana
Idade: 32 Anos Sexo: Feminino
Altura: 1,80m Peso: 75Kg
Linguagem: Comum
Personalidade: Com os olhos de quem já viajou muito, a jovem possui características relativas a esperteza, lábia e de grande capacidade de socializar-se com seres não-hostis a sua pessoa. Independência e autossuficiência fazem parte de sua vida desde muito jovem, portanto claramente se tornam traços presentes em seu modo de viver. Serena, mede muito bem o uso adequado de palavras nos momentos oportunos. Jamais se envolve em trabalhos alheios ou que pouco lhe retribua financeiramente. Desapegada de sentimentos que tendem a lhe enfraquecer, a mulher simplesmente prefere evita-los, visto que julga ser totalmente prejudicial ao seu modo de viver. Tendo como lema na frente dos outros que “tarefa dada deve ser cumprida independentemente das perdas”. Entretanto para si própria, o seu verdadeiro lema a ser seguido nunca deixará de ser “jamais confie em um ladino.”
 
História: Nascida como a quarta filha da família Hikari, era de extrema dificuldade que uma garota tomasse destaque dentre tantos meninos. A priori, servindo como apenas uma babá para os irmãos mais novos que nasciam em sequencia. Sua vida não expressa sequer mais do que se comparadas aos dos seus irmãos do sexo masculino. Não que se tratasse de um real problema para a menina em tal ponto de sua vida, ser ela a designada aos serviços da casa parecia mais algo como uma diversão para Kage. Bem, deveria ela aproveitar tais dias de pura ingenuidade, pois provavelmente seriam os seus últimos.

Na medida em que o tempo passava, a filha mais velha dos Hikari aparentava estar estacionada em uma vida nada prospera na qual aos pouco se recusava a ter que vivenciar. Antes de enfrentar a autoridade de seu pai, inteligentemente preferiria trata-lo com todo o respeito que poderia, visando não ser prejudicada mais do que as broncas sofridas a cada não recebido, por cada vez em que implorava para receber o mesmo tipo de tratamento e treinamento de seus irmãos do sexo masculino, mesmo os mais jovens que ela, que não tardavam para ser iniciados em um aprendizado passado hereditariamente de pai para filho.

Sua primeira batalha era diretamente travada contra o seu próprio psicológico. O desejo de aprender e valorizar as artes da família eram claramente maiores nela, do que na grande maioria dos garotos que aparentemente haviam sido abençoados por terem nascido com um órgão masculino entre as pernas. Kage passava a ser rude dentro de casa, incontrolavelmente, o que erroneamente era confundido com a sua entrada na fase da adolescência. Aos poucos deixava de ser a menina obediente e apaixonada pelo seu lar, no que nem mesmo a sua irmã menor e até então melhor amiga Hare poderia fazer com que seus pensamentos estivessem a centenas de quilômetros do vilarejo onde cresceram.

A oportunidade perfeita para deixar tal vida para trás surgira em um dia onde ninguém retornara para casa, mesmo após escurecer. Aproveitou-se da oportunidade para juntar as poucas peças de roupa que tinha, roubar um pouco de comida e água, para que então pudesse abandonar o seu lar, deixando apenas a pobre Hare para cuidar de uma família que para Kage já parecia estar totalmente perdida. Apenas esperava que a sua irmã mais nova pudesse igualmente enxergar tal realidade na medida em que se tornasse mais velha.

Seu rumo era praticamente desconhecido. Vagava como uma mendiga nos primeiros anos, sem muito poder receber de outras pessoas, exceto de homens que a julgavam bela independentemente da sua situação. Portanto, não tardou para que a própria Kage notasse que o seu ponto de partida condizia com a sua própria aparência. Dinheiro e amizades de má influencia não foram um problema desde então, mas por tempo limitado. Precisava se submeter aquilo apenas até ter domínio sobre as suas próprias artes de roubo e espreita que costumava praticar com os próprios homens desaviados, tomando mais bens do que realmente cobrara.

Anos se passaram até que Kage tivesse independência suficiente para largar a sua vida, por mais uma vez. Um segundo recomeço, que trouxera consigo uma terceira tentativa de se tornar digna e absoluta de seu próprio poder, apesar dos meios não serem tão limpos por muitas das vezes, mas um ladino precisa fazer o seu pão de cada dia. Dona de si mesmo, era o ponto no qual focaria a partir de então. Em seu coração quase não havia desejo, exceto que ela sempre desejou desde que se enxergara no mundo; possuir o seu próprio espaço e lugar na sociedade, seja como criminosa ou apenas um grande tormento para qualquer um que tentasse a adquirir novamente.

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