Aventura - Reviver

O Padre que habitava o septo não era uma figura muito receptiva, por causa disso quem guiava as orações diárias era sua assistente, mas na hora em que você havia adentrado a igreja, ele estava lá, sentado sobre a escada de acesso a mesa principal... Seus óculos refletiam o brilho das velas, sua batina negra exibia sua enorme cruz de prata que pendurava no centro de seu peito, ele carregava sempre uma pequena maleta a seu lado, assim como cintas escondidas abaixo de seu sobretudo negro de couro...

- Não se preocupe querida, ele não tem tempo para punir cada mísero pecado cometido... - Dizia com sua áspera e densa voz, suas meras palavras, quase profanadas em sua boca ecoavam pelo salão e lhe impunham certo receio, era intimidador apenas por falar, mas ainda assim, uma figura de respeito...

Ele dava com os ombros, apoiando a maleta sobre um deles em sua respectiva mão, depois lentamente enquanto passava por ti, respondia a seu pedido.
- Receio ser o mínimo que deva fazer depois disso tudo... Ele iria caminhar todo o caminho até a saída da igreja após isso.

Você segue os vagarosos passos do padre Swain, caminhando pelos aposentos dos fiéis onde agora oravam antes de retornarem aos preparativos da próxima missa. O silêncio era impregnado nesses salões e cada passo ecoava, ainda mais os do padre, pois seu tamanho era incomum. Ambos passam também pelo Hall principal e se dirigem a saída,  Swain gentilmente lhe aguarda sair para fechar a porta. Adiante pelas estradas do distrito Maria, o caminho se faz silencioso através de vielas pobres que cortavam um caminho até os portões. As vestes negras do padre se destacavam naquele ambiente em sepia, repleto de poeira, terra e barro. Sua mera presença despertava a atenção dos mendigos e aldeões mais pobres que o observavam pela janela, quase como se fosse um ídolo para eles. Enquanto tomando o devido cuidado para não pisar em nenhum resto de fezes, você o segue pela rua estreita, tentando não se incomodar com a dezena de odores estranhos e ruins que lhe amaldiçoam as narinas. Tu vira numa esquina enquanto seguia Swain, tendo sua visão limitada expandida pela visão da encosta dos muros que se erguiam acima, próximos da saída se dirigiam num último corredor de pedra que os guiava exatamente até os portões, os guardas saúdam a presença do homem e acenam para ti. Vocês deixam o Reino e começam a caminhar estrada a fora, longe de toda aquela comoção em rumo a tal casa da garota...

Ao deixarem Liones, você procura pelo horizonte adiante, acompanhando o ritmo de Swain, ter em mente a direção a qual seguiriam. Enquanto isso não se contém em lhe chamar a fim de saciar uma dúvida pessoal. Ele mantinha o ritmo de sua caminhada mesmo durante sua resposta:
- Em todos os cantos do mundo pessoas são atormentadas por seres malignos... Alguns são mal entendidos, outros apenas tentativas de ganharem dinheiro fácil, outros... Como essa pobre garota, tem a pior fase de suas vidas.. Após a explicação, ele toma um desvio incomum da estrada principal, numa trilha também de terra, porém mais estreita e que virava ao oeste das colinas do reino de Liones. Descendo a um campo com uma vegetação mais densa, repleta de árvores e arbustos, além de rochedos e grama alta. Bem no horizonte através da trilha turbulenta que contornava as elevações naturais, onde o horizonte já se tornava desfocado, aos pés das longínquas montanhas iluminadas pela luz da noite, você vê o que parecia ser um borrão de uma estrutura residencial, como uma pequena casa no horizonte, talvez estivesse a cerca de oito quilômetros...

Ao longo de sua caminhada, você insistia em conversar com o homem. Descendo por uma trilha na encosta de um rochedo contornado por um lago que lhe preenchia de lodo na base, tomavam uma direção pela grama mais baixa. Swain respondia com uma leve risada, permanecendo em silêncio por mais alguns passos enquanto isso.
- O medo é a defesa dos vivos contra a dor e a morte. Se você não teme a eles, o medo se torna inexistente... Quase insinuava que ele não temia a morte e nem a dores, portanto não teria medo de nada e nem ninguém... Conforme vocês continuavam a andar, você observava ao horizonte paralelo ao de vocês. Ao longe, você percebia uma manada de alguma espécie de animais quadrúpedes correndo para longe, não dava para contar quantos, mas quase erguiam uma cortina de poeira com sua força, deveriam estar a cem metros de ti...

O padre ignora aquilo, os alvos em movimento estavam se distanciando como já havia percebido, então vocês simplesmente continuam seu trajeto. Passando por uma área onde a grama era mais alta e as colinas se tornavam menos elevadas, quase como uma planície. A estrada de terra aos poucos sumia, se tornando uma trilha natural de grama, porém uma grama pisoteada que desenhava o caminho ao longo do sentido adiante. Estavam se aproximando da casa, talvez uns quatrocentos metros de distância, quando o padre comentava:
- Você acredita em Deus? E depois esperou em silêncio.

O caminho pelas colinas preenchidas por grama, em plena abundância lunar onde a sua luz refletia na paisagem exuberante a reluzir uma suave coloração azulada. Você gastava a responder, precisando poupar o fôlego pela viagem tão duradoura. A medida que se aproximavam a conversa se estendia. Swain responde:
- Então você não está pronta para lutar em seu nome. Não irei lhe impedir de continuar, mas sua falta de fé pode lhe sucumbir ao enfrentar a escuridão.... E depois no final do trajeto bateu a porta de madeira daquela velha cabana de apenas um andar, com apenas uma janela e uma porta, debaixo de um teto, esperando alguma resposta...

Aventura Finalizada. Em breve o texto de finalização e continuidade será postado.

+214 EXP. Considere-se na Guilda em Liones.