Historia - A flor de Espinhos

Afastando-me de minha terra natal segui em direção a meu sonho, caminhando assim durante algum período, utilizando a mata como cama para dormir durante as noites, e a estrada como guia rumo ao meu destino. Como alimento tinha aquilo que a natureza me servia, mas de fato aquilo não era um fardo, mas sim um hábito para uma fada como eu.

Contudo, neste dia de hoje, finalmente algo começava de fato a mudar em minha vida. Caminhando por uma estrada agora eu saia da região dos bosques e rumava por um caminho extenso, cercado por grama, e do qual podia ver uma cadeia de colinas à frente. Para minha surpresa vejo em meu caminho, também, surgindo à silhueta de um equipamento com rodas e puxado por animais, sobre ele era possível ver dois humanos que o conduziam.

Assim que aquele transporte chegasse até mim eu diria, mantendo um tom de voz amigável e o sorriso de sempre em meu rosto: “Por gentileza, como vocês estão?” Após esta fala daria uma breve pausa para que aquelas pessoas me respondessem, ou para que ficassem em silencio, para então continuar: “Estou indo à Liones, podem me dizer se este caminho irá até lá?”

Ao parar do transporte deparo-me com a presença dos dois homens, um humano e um elfo, sendo que o primeiro dirigi e minha pessoa um olhar penetrante, cuja o qual faz as maças de meu rosto corarem, tomando um tom levemente rosado. Entretanto sem perder o sorriso em meu rosto, dirijo de volta meu olhar a ele, de forma a fazer contato direto entre nossos olhos.

Ouço então o elfo falando, com um tom de voz visivelmente embriagado, fato ressaltado pelo soluçar em meio à frase. Após sua pergunta respondo, em tom médio de voz, porém demonstrando a segurança de quem sabia exatamente qual objetivo desejava seguir: “Estou partindo em direção ao meu sonho, quero ir para Liones, e tentar me tornar uma clériga”. Abrindo então um sorriso ainda mais largo, continuo: “Desejo ajudar a todos que precisam, e se puderem me dizer qual caminho tomar eu seria imensamente grata a bondade de ambos”.

Então, lá, parada continuei, com as mãos unidas em frente ao corpo, próximas a altura da cintura, e mantendo o olhar direcionado ao humano barbado, na espera de alguma resposta ou ação.

Guiando o olhar em direção ao elfo digo: “Parece mesmo gostar desça bebedia”. Todavia, rapidamente a atenção volta à direção do humano que finalmente soltava algumas palavras, ainda que elas parecessem esboçar dúvidas em relação a minha pessoa, e o seu olhar como antes permanecia frigido.

“Desculpe-me por não me apresentar, foi realmente um erro de minha parte. Me chamo Brigitte e sou uma fada, como disse antes pretendo me tornar uma clériga.”. Abaixando então a cabeça, para olhar para baixo enquanto toco minhas vestes com ambas as mãos continuo a dizer: “São roupas comuns de onde venho, não há nada em especial nelas, e nem mesmo comigo, na verdade a algum tempo venho vivendo apenas do que consigo coletar nas margens do bosque, mas vejo que por um bom caminho só haverá grama a partir deste ponto”

“Qual o nome de você, e para onde estão se dirigindo?” Pergunto então ao humano, ficando nas pontas dos pés e curiosamente olhando sobre a carroça para ver se identifico o que está sendo carregado.

Ouvindo a resposta do humano finalmente sinto-me mais aliviada, não por estar em duvida sobre seu caráter, pois de fato duvidar das pessoas a primeira vista não constata com minha personalidade, porém a seriedade no olhar do homem poderia estar sendo gerada por algum desagrado em relação as minhas vestes ou aparência. Todavia, agora observando suas falas e ações noto que aparentemente ele era mesmo um bom homem.

“Agradeço sua oferta. Por hora estou bem, mas não sei quando terei comida novamente, como disse, eu estava coletando do bosque, mas agora só há grama. De qualquer forma não posso aceitar suas coisas, podem lhe faltar futuramente... acho que consigo me aguentar”

Coço então a cabeça, utilizando as pontas dos dedos da mão direita, para então dizer: “Mas realmente estou perdida, na verdade não sei para onde esta estrava vai me levar, tem alguma sinalização mais a frente?”. Pergunto ao homem, depositando sobre ele minha confiança, enquanto sou inspirada por seu ato de desapego.

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